O funcionário morto em um elevador na tarde desta terça-feira (19/8) foi identificado como Benedito Fernando de Araújo Souza, 46 anos. Ele trabalhava na empresa Atlas Schindler, que é a fabricante do elevador que quebrou. Segundo relatos, o homem era um técnico experiente.
Benedito morreu enquanto fazia manutenção nos elevadores da torre D do condomínio em Ceilândia. A principal hipótese é de que ele teria confundido o elevador quebrado, que era o social. Ao fazer a inspeção do cabo no elevador de serviço, o equipamento teria sido acionado e prensou o homem.
Em nota, a administração afirma que somente a perícia oficial poderá descrever, com precisão, a dinâmica do acidente. “Conforme registrado, a equipe da empresa terceirizada atuava em conjunto, realizando os serviços necessários de manutenção. No entanto, no momento do infortúnio, o referido técnico se encontrava sozinho no elevador decargas/serviço, enquanto os demais profissionais realizavam manutenção em um dos elevadores sociais da mesma torre”, destacou a nota.
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Homem morre em elevador
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Acidente ocorreu em prédio residencial de Ceilândia
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Vítima foi prensada em elevador
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Bombeiros fazem o resgate do corpo
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Bombeiros foram acionados
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O texto afirma que a administração esteve presente no local desde o primeiro momento até a conclusão do resgate, prestando todos os esclarecimentos necessários às autoridades e aos condôminos, e permanece integralmente à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações em curso.
Ao Metrópoles, a síndica Tainá Matos Fernandes declarou que vai à delegacia prestar depoimento. Segundo ela, todos os elevadores estão com todas as manutenções e prevenções em dia.
O que se sabe até o momento:
- A casa de máquina dá acesso aos três elevadores da torre “D” do condomínio residencial.
- O funcionário deveria consertar o elevador social – quebrado há cerca de um mês e meio. Ele, contudo, entrou na porta errada, no de serviço, que estava em funcionamento.
- As informações preliminares indicam que ele ficou prensado no andar.
- A equipe contava com três funcionários e dois deles realizavam outras manutenções no momento da tragédia.
- Os colegas de serviço da vítima estranharam a demora no retorno, até que uma moradora escutou pedidos de socorro vindo do fosso de elevador de serviço.
- Quando conseguiram acessar o local, o trabalhador já estava sem vida.
Relatos dos moradores
“Eu tinha acabado de chegar com meu filho e estávamos esperando um dos outros elevadores. E então começamos escutar uma pessoa gritando umas cinco vezes ‘me ajuda, socorro’. Fiquei desesperada e liguei para portaria central vir ajudar, mas quando eles chegaram, [funcionário] já tinha parado de gritar. Foi tudo muito rápido”, relatou a moradora.
Ela ainda disse que o funcionário esteve presente na noite dessa segunda-feira (18/8) no local. O próprio teria explicado a ela que estava ali para arrumar e que estava apenas esperando as peças para a realização do serviço.
“Ele me disse que eu não precisaria me preocupar, que o elevador era seguro e que ele não cai porque tinha todo um aparato. Hoje eu o encontrei e até cumprimentei ele e depois acabei descobrindo a tragédia”, acrescentou.
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Moradores relataram ao Metrópoles que a queixa sobre o funcionamento dos aparelhos no prédio é antiga.
“Os elevadores com problemas são algo constante aqui no condomínio. Eu mesmo já tive uma experiência de a minha filha ficar presa. Normalmente eu nem deixo ela sozinha. O condomínio precisar ter uma atenção e um cuidado maior “, relatou uma moradora, que preferiu não se identificar.
“Forma estranha”
Outra residente do Allegro disse que, nessa segunda-feira (18/8), o elevador da torre “F” ficou funcionando de “forma estranha” a noite inteira. “Era um sobe e desce a noite toda, com a porta abrindo e fechando sem ninguém acionar nada. Até falei para o meu marido na hora de levantar não pegar nenhum elevador”, explicou.
A Polícia Civil do DF (PCDF) esteve no local para fazer perícia e determinar o que causou a morte do trabalhador.