Com a pandemia de Covid-19, um dos principais assuntos a ganhar notoriedade foi a preocupação com a cabeça. Para entender melhor o panorama nacional e o que impacta negativamente a cabeça do brasileiro, o Instituto Cactus, em parceria com a Atlas Intel, lançam, nesta sexta (4/8), um índice inédito para medir a saúde mental do brasileiro.
O Índice Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM) coloca, em uma escala de zero a mil, uma nota para avaliar a saúde mental de vários grupos. Foram avaliados aspectos socio-econômicos, inclusive de gênero, além de relações familiares.
Um dos grupos com pontos mais baixos, por exemplo, é o de participantes desempregados (494, um número 141 pontos abaixo da média). Os indivíduos com renda acima de R$ 10 mil, em contrapartida, alcançaram 737 pontos.
Voluntários com problemas familiares também pontuaram menos, indicando que a saúde mental está intimamente ligada com o que acontece dentro de casa — quem brigou com família ou amigos nas semanas anteriores à pesquisa bateu 370 pontos, uma das piores notas observadas.
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A pesquisa, que foi feita on-line com 2.248 pessoas de 746 municípios, descobriu ainda que pessoas transgêneras e não-heterossexuais também têm mais problemas de saúde mental, principalmente quando comparadas com indivíduos cisgêneros e heterossexuais.
O iCASM médio da população trans ficou em 445, em comparação com 638 dos participantes cisgêneros. Entre os voluntários homossexuais, o número foi de 576, frente aos 665 dos indivíduos heterossexuais.
“Para uma visão completa sobre a saúde mental, é importante que os indicadores sejam lidos em conjunto com os contextos e estruturas sociais em que os grupos estudados estão inseridos”, explica a diretora-presidente do Instituto Cactus, Maria Fernanda Resende Quartiero.
O levantamento mostra ainda que, entre as pessoas que praticam esportes três ou mais vezes por semana, o índice é de 722, uma alta pontuação, quando se considera que quem não faz atividades físicas marcou, em média, 580 pontos.
A ideia do Instituto Cactus e da Atlas Intel é que os números registrados nessa edição da pesquisa funcionem como referência de dados sobre a saúde mental da sociedade brasileira para gestores públicos, acadêmicos e outros atores envolvidos com o tema. O levantamento será repetido com frequência para comparar os dados.
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