Os responsáveis pela cirurgia decidiram submetê-la a um transplante de medula antes de receber os rins — ambos doados pela mãe da menina. O procedimento foi um sucesso, e Aditi já foi liberada do uso de imunossupressores que evitam a rejeição do órgão e são obrigatórios para transplantados. Esta foi a primeira vez que a técnica foi realizada no Reino Unido.
“Nos últimos três anos, a energia de Aditi foi perdida devido à diálise. Após o transplante de rim, quase instantaneamente, vimos uma grande mudança”, conta a mãe, Divya Shankar, ao site do hospital Great Ormond Street Hospital (Gosh), onde foi realizado o procedimento.
Luta até o transplante de rim
Na displasia imuno-óssea de Schimke, o sistema de defesas do organismo começa a atacar o próprio corpo, especialmente os rins. O paciente não cresce adequadamente e tem deformações faciais.
Aditi fazia hemodiálises três vezes na semana desde os cinco anos de idade e estava na fila do rim desde 2021. Para fortalecer o sistema imunológico e tentar controlar a doença, os médicos responsáveis pelo caso decidiram fazer o transplante de medula óssea antes.
Em outubro de 2022 a mãe da menina fez a doação de medula óssea e, seis meses depois, em março deste ano, Aditi passou pelo transplante de rim.
A paciente tomou os remédios imunossupressores para evitar rejeição do órgão por um mês, mas os médicos perceberam que eles não estavam fazendo diferença.
“Esta é a primeira vez em 25 anos que cuido de alguém que não necessitou de imunossupressão após a cirurgia”, afirma o nefrologista pediátrico Stephen Marks.
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A pequena Aditi recebeu o rim e a medula óssea de sua mãe Divulgação/GOSH
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Garota de 8 anos tem rim transplantado e não terá de usar remédios imunossupressores Divulgação/GOSH
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Aditi passou pelos dois transplantes em um intervalo de seis meses Divulgação/GOSH
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A técnica pode ser usada por todos?
Os transplantes duplos como o de Aditi, entretanto, apresentam mais riscos de complicações e, por isso, só são recomendados para pessoas que tenham um sistema imunológico enfraquecido.
Segundo os médicos da menina, o sucesso do procedimento pode servir de base para novos estudos e para pensar usos desta técnica para pacientes com outras doenças.
“Esperamos que a nossa investigação proporcione a opção para que mais crianças, como Aditi, para quem o transplante renal não era uma opção, tenham a oportunidade de fazer um transplante renal que mude a sua vida”, afirma Marks.
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