Traficante guardava bilhete da mãe no laboratório: “Orgulho de você”

Dois bilhetes encontrados durante a Operação Psicose chamaram a atenção dos policiais civis da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). Em meio a caixas, potes de vidro e outros materiais usados na produção de entorpecentes, os agentes localizaram, pregadas em um quadro de avisos, mensagens escritas pela mãe de um dos investigados.

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Em um dos recados, ela declara: “Meu filho, sonhe alto, você é capaz de realizar todos os seus sonhos. Tenho orgulho de você”.

No outro, assinado como “sua mãe linda”, ela reforça o apoio: “Tenho orgulho do homem que está se tornando”.

Veja:

As mensagens foram encontradas dentro de um sofisticado laboratório de produção de drogas alucinógenas, que ficou conhecido como o “Império dos Cogumelos”.

O local era dividido em diferentes cômodos, cada um destinado a uma etapa da produção. Cogumelos estavam distribuídos por bandejas com filtros de ventilação, além de caixas e sacos plásticos — alguns ainda em cultivo, outros já prontos para a venda.

Nas imagens obtidas pela polícia, é possível ver as drogas embaladas, lacradas e até carimbadas, indicando um esquema altamente profissional de comercialização.

Vídeo:

Mais detalhes:

Linha de produção

De forma meticulosa e organizada, os dois universitários transformaram laboratórios improvisados em uma verdadeira linha de produção. Diferentes espécies de cogumelos eram cultivadas e comercializadas por meio de uma plataforma on-line com aparência profissional:

A logística de entrega também surpreendeu os investigadores. Os produtos eram despachados em embalagens discretas, enviados tanto por transportadoras privadas quanto pelos Correios, em um modelo semelhante ao dropshipping, que dificultava a identificação do material.

Além disso, os universitários mantinham um grupo exclusivo de WhatsApp, no qual clientes trocavam experiências, relatavam efeitos, compartilhavam orientações de consumo e recebiam recomendações diretas dos vendedores. Essa rede de comunicação funcionava como estratégia de fidelização, criando uma comunidade em torno da droga.

Veja imagens do esquema chefiado pelos universitários:

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Venda on-line

A apuração teve início quando a Cord passou a monitorar um perfil no Instagram de uma suposta empresa registrada no Distrito Federal. O perfil direcionava usuários tanto para a plataforma de vendas quanto para o grupo de mensagens instantâneas.

No decorrer das análises, a polícia descobriu que a produção local realizada pelos universitários não era suficiente para atender à demanda crescente. Essa discrepância levantou a suspeita da existência de um fornecedor oculto, responsável por abastecer a rede em escala muito maior.

Outros detalhes:

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