O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é uma condição caracterizada pela oposição e desafio a figuras de autoridade. Os sinais normalmente aparecem com maior intensidade durante a infância e adolescência: o portador apresenta humor raivoso, dificuldade em lidar com frustrações, postura desafiadora e problemas em aceitar “não” como resposta.
Crianças com o transtorno têm maior resistência a ambientes com regras preestabelecidas, como a escola. Entretanto, segundo a educadora parental Andreia Rossi, especialista em TOD, nem todo adolescente que apresenta comportamentos considerados “do contra” é portador o transtorno.
“Para ser considerado TOD, é necessário um nível de intensidade dos sintomas frequente e permanente por pelo menos seis meses. Os pais devem ficar atentos se é apenas uma fase ou se a criança constantemente os desafia com respostas hostis”, explica Andreia.
Ela conta que decidiu se aprofundar e se especializar no assunto depois que sua filha, Maria Fernanda, foi diagnosticada com a condição. “Carreguei durante muito tempo o sentimento de culpa por não saber lidar com o comportamento intolerante dela. Nossa relação era ruim, parecia que eu não fazia meu papel de mãe corretamente”, desabafa.
Enquanto a educadora estudava o assunto e aprendia com a filha, ela desenvolvia estratégias para melhorar o relacionamento com Maria e a ajudava a entender que alguns ambientes desafiadores, como a escola, não eram ruins.
“É importante ajudar a criança a acreditar que ela é capaz, encorajá-la, fazê-la entender suas virtudes e dificuldades. Não significa, porém, que os pais devem fazer todas as vontades de um indivíduo com TOD — eles devem entender juntos que existem limites em ambientes e relações”, diz Andreia.
A escola e o TOD
Ela ressalta ainda a importância de a escola oferecer apoio às crianças com comportamento opositor e desafiador, e que o acompanhamento psicológico faz parte do tratamento. “A criança com o transtorno não consegue lidar com as próprias emoções, o que a irrita. Ser desafiado e demandado é ruim para o paciente com TOD”, afirma a educadora.
Além de TOD, Maria Fernanda foi diagnosticada ainda com atraso global do desenvolvimento, condição que limita algumas áreas de amadurecimento, tornando seu processo de aprendizagem e leitura do ambiente mais difícil. Quando o comportamento do TOD se intensificou, Andreia buscou ajuda.
Andreia Rossi possui perfil no instagram no qual compartilha sua experiência com sua filha Maria Fernanda, que foi diagnosticada aos oito anos de idade
“Aos oito anos de idade, a oposição dela se tornou mais intensa. Deparar-se com demandas acadêmicas a chateava e eu não conseguia entender. Quando descobrimos o diagnóstico de TOD, porém, me aprofundei no assunto e busquei estratégias assertivas para ajudá-la”, conta.
“Aprendi muito com a minha filha. Hoje, aos 16 anos de idade, ela é extremamente organizada e colaborativa, apresenta um comportamento adaptado e entende muito bem sobre emoções e limites claros, tudo trabalhado com muita gentileza e firmeza”, acrescenta a educadora.
Confira algumas dicas para lidar com uma crianças com TOD:
Tenha clareza nas regras de ambientes e relações interpessoais;
Faça elogios;
Trabalhe sua comunicação;
Conheça os gostos da criança;
Seja um bom exemplo;
Evite contribuir com conflitos e brigas desnecessárias;
Procure especialistas em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).
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