Vídeo: “Tivemos um avanço”, diz reitora da UnB sobre greve de técnicos

Em entrevista ao Metrópoles, realizada nesta terça-feira (19/8), a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Naves, falou sobre a volta às aulas dos universitários nessa semana em meio à greve dos servidores técnico-administrativos. A paralisação já ocorre desde março deste ano.

Confira a entrevista completa:

“Nós estamos atuando junto com a categoria, no sentido de viabilizar a conversa com outros órgãos. Tivemos um importante avanço nesse processo, que foi a tramitação lá no Supremo Tribunal Federal de um peticionamento feito pelo ministro Gilmar Mendes, no sentido de instalar uma mesa de negociação. A gente espera que essa mesa aconteça o mais breve possível para que a gente possa finalmente ter o fim da greve”, comentou Rozana.

Os servidores reivindicam pagamento de 26,05%, Unidade de Referência de Preços (URP), que compõe o salário.

Apesar da paralisação, as atividades essenciais foram garantidas em diálogo com o comando local de greve e a administração da UnB. Entre estes, pagamentos de: auxílios, benefícios, bolsas e folha, repasse a prestadoras de serviço; programas de assistência estudantil e segurança da universidade.

“Evidentemente, a greve tem um impacto institucional. A gente tem outros setores que estão fechados e que são essenciais. O fechamento de alguns [setores] prejudica diretamente a atividade de ensino e de aprendizagem, como o caso da biblioteca e alguns laboratórios de informática que também deixam de atender os estudantes”, argumenta a reitora.

Sobre o retorno das atividades na UnB, Rozana mencionou a realização de eventos na área climática, combinados com a agenda da COP 30, além de uma programação específica voltada para o Agosto Lilás.

Outro destaque para o segundo semestre de 2025 é o lançamento do Comitê Pró-Instituto Nacional do Cerrado, nesta quarta-feira (20/8). O evento será realizado no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB).

A articulação reúne universidades, institutos e entidades para preservar o segundo maior bioma da América do Sul.

“O propósito é que a gente tenha fortalecida essa rede de pesquisa para que o instituto, enquanto uma associação, possa desenvolver a ciência e a tecnologia voltadas para o nosso bioma, que é um dos mais devastados no momento e um dos únicos que ainda não tem o seu próprio instituto de pesquisa. A gente está considerando que essa é uma ação estratégica tanto para o desenvolvimento da pauta ambiental como para a constituição dessa rede em defesa do nosso bioma”, explica.

Durante a entrevista, a reitora também falou sobre os desafios que permeiam a autonomia universitária diante das verbas destinadas às universidades federais do país. Na avaliação dela, os cortes nas verbas limitam os recursos para investimentos.

Todavia, Rozana também acredita que o cenário é favorável, do ponto de vista do governo federal, para ampliar a discussão sobre essa pauta e assegurar que as universidades tenham maior autonomia.

“Hoje, as instituições têm uma grande dificuldade de renovar o seu parque de equipamentos. Por exemplo, para a gente fazer novas obras ou concluir obras existentes também. Em geral, a gente recorre a outros tipos de recurso, como o das emendas parlamentares, em termos de execução descentralizada, para fazer rodar os projetos. E isso cria uma instabilidade muito grande em termos de planejamento de médico e longo prazo”, diz.

A pauta também tem sido discutida no âmbito da Associação das Instituições Federais de Educação Superior, que está sendo levada ao Congresso, em torno da proposta de um projeto de lei que viabilize uma maior autonomia das universidades do ponto de vista orçamentário.

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