Vítima de ônibus que tombou na BR-070 está intubada e em estado grave

Fabiana Pereira dos Santos (foto em destaque), 27 anos, uma das passageiras do ônibus clandestino que tombou na BR-070 na noite do último sábado (21/10), teve o quadro de saúde agravado e está intubada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). A vítima teve embolia pulmonar depois de uma piora no quadro de saúde, segundo parentes.

Moradora de Taguatinga, Fabiana foi transferida para a unidade hospitalar da região administrativa após a ocorrência de trânsito. Até então, ela tinha quadro estável e aguardava por uma cirurgia no fêmur, na ala vermelha do HRT.

Porém, nos dias seguintes, o estado de saúde da paciente piorou, e ela começou a urinar sangue. Além disso, sentia fortes dores por causa da fratura.

“Colocaram uma sonda para que ela conseguisse fazer xixi, mas começou a sair sangue. A equipe, então, removeu a sonda e colocou fralda, mas ela não conseguia urinar, foi isso que ocasionou a piora [do quadro]”, contou a sogra da vítima, Maria Lúcia Pereira, 64.

Na manhã dessa quarta-feira (25/10), a vítima passou muito mal e não reconhecia mais a prima que a acompanhava no hospital. “Naquele desespero, intubaram ela. O médico declarou que o estado de saúde dela é gravíssimo”, completou.

Devido à piora da saúde da paciente, Fabiana foi transferida para a Unidade de Terapia Semi-Intensiva do HRT. Além disso, ainda não há previsão para realização da cirurgia do fêmur, pela falta de anestesistas no hospital.

“Estamos lutando para conseguir a transferência da minha nora para a UTI, mas eles alegam que não tem vaga; por isso, buscamos ajuda na Defensoria Pública do Distrito Federal. Estamos arrasados e indignados com a situação”, desabafou Maria Lúcia.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde (SES-DF) informou apenas que, em função da legislação sobre sigilo de prontuário, não poderia dar detalhes sobre a situação de pacientes atendidos na rede pública.


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Tragédia na estrada

Fabiana pegou o ônibus da empresa Viagens Iris na estrada, em Tocantins, rumo ao Distrito Federal. Ela estava com a filha, Mallu Gabrielle, 3, e pagou R$ 300 pela passagem.

A criança machucou a testa, mas recebeu atendimento hospitalar para tratar o ferimento e teve alta. No local onde o ônibus tombou, quatro pessoas morreram na hora. Uma quinta chegou a ser levada para o HRT, mas não resistiu.

Havia 32 passageiros no ônibus, que capotou perto de Ceilândia (DF). Sete pessoas foram transportadas com ferimentos leves para os hospitais regionais da cidade (HRC) e de Taguatinga. Quatro vítimas chegaram em estado grave às unidades de saúde; outras sete, que não se feriram gravemente, foram levadas para o Hospital de Base.

Saiba quem são as vítimas:

Claudia Maria Moreira, 49 anos;
Francisco Ferreira da Silva, 71 anos;
João Freire de Sousa, 57 anos;
Maria de Deus Fernandes Crateus, 64 anos;
Maria Eliete Gomes da Silva, 57 anos.

Irresponsabilidade

O ônibus havia saído do Maranhão com destino a Brasília. Porém, o veículo tombou na BR-070, depois de o motorista, Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, tentar fugir da escolta de uma equipe da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Os servidores da agência reguladora haviam flagrado o transporte pirata quilômetros antes e acompanhariam o veículo até a Rodoviária de Taguatinga.

No entanto, o condutor do ônibus tentou despistar a fiscalização, em alta velocidade, em pista molhada e em um coletivo com os pneus carecas.

Felipe e o pai dele, Alexandre Henriques Camelo, dono do veículo, foram presos em flagrante pela polícia e tiveram a prisão mantida pela Justiça do Distrito Federal.

O veículo fazia o trajeto Maranhão-Brasília. O motorista foi abordado por fiscais da ANTT no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-070, pouco depois de Águas Lindas (GO), onde passou por vistoria. Na ocasião, as equipes constataram que se tratava de transporte pirata.

Os fiscais da ANTT iam escoltar o veículo até a rodoviária mais próxima. O combinado seria que o motorista deixasse os passageiros no terminal e que providenciasse transporte regular para todos seguirem viagem até os respectivos destinos.

O condutor trafegava em alta velocidade, a pista estava molhada devido à chuva, e os pneus do veículo estavam carecas. Após bater na traseira de uma Toyota Hilux, o ônibus capotou e tombou no canteiro.

 

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