O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, propôs, nesta quarta-feira (12), a adoção de cotas de importação para o aço e alumínio como alternativa à tarifa de 25% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida dependeria de uma negociação com o governo americano, já em curso, segundo Alckmin.
O vice-presidente ressaltou que, no primeiro mandato de Trump, quando tarifas semelhantes foram impostas ao aço brasileiro, a solução encontrada foi a adoção de cotas. “Sempre é um bom caminho buscar o ganha-ganha”, afirmou Alckmin após um evento no Palácio do Planalto.
Ele também destacou que os Estados Unidos possuem um superávit de US$ 7,2 bilhões na balança comercial com o Brasil, exportando mais bens e serviços do que importam. Além disso, apontou que a tarifa média de importação do Brasil sobre produtos norte-americanos é de apenas 2,7%, com muitos itens, como máquinas e equipamentos, isentos de impostos.
“Vamos dialogar para buscar um bom entendimento. Não se trata de guerra tributária, mas de entendimento baseado no interesse público”, reforçou o vice-presidente.
As cotas de importação são um mecanismo regulatório do governo federal que limita a entrada de determinados produtos no país, estabelecendo quantidades permitidas e exigências para a indústria. Durante o primeiro governo de Trump, essas cotas foram adotadas para amenizar as tarifas sobre o aço e alumínio de parceiros comerciais como Canadá, México e Brasil.
A proposta de Alckmin é manter esse modelo. “Esse tipo de questão tarifária faz parte do cotidiano do comércio internacional. O caminho é o diálogo e vamos procurar o governo norte-americano para buscar a melhor solução”, afirmou.
Por outro lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, na semana passada, que o Brasil pode aplicar a lei da reciprocidade, aumentando as tarifas sobre produtos norte-americanos. “O mínimo de decência que merece um governo é utilizar a lei da reciprocidade”, disse Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais.
Dados da Administração de Comércio Internacional dos EUA apontam que, em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Canadá. Um levantamento do Instituto Aço Brasil, baseado em dados do governo brasileiro, mostra que, em 2023, 49% das exportações de aço brasileiro tiveram como destino os EUA.