Assassinada em março de 2018, a vereadora Marielle Franco completaria 44 anos nesta quinta-feira (27), em uma semana em que as investigações sobre o crime tiveram novidades.
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Conhecido como Suel, ele fazia “campana” seguindo os passados de Marielle, e ainda teria ajudado a esconder armas de Ronnie Lessa e levado o carro utilizado na noite do crime para um desmanche.
O ex-bombeiro já havia sido preso, em junho de 2020, por obstrução de Justiça, acusado de atrapalhar as investigações da morte da vereadora e do motorista, mas cumpria a pena em regime domiciliar. A delação de Élcio acarretou uma nova detenção para ele.
Entretanto, o caso segue sem a principal revelação: quem foi o mandante?
Para o ministro da Justiça, Flávio Dino, a investigação mudou de patamar e terá como foco resolver a questão.
“A investigação agora se conclui em relação ao patamar da execução e há elementos para um novo patamar, qual seja investigação dos mandantes do crime. Naturalmente, há aspectos que ainda estão em segredo de Justiça”, expôs Dino.
Segundo o ministro, “é indiscutível” o envolvimento das milícias do Rio de Janeiro no caso. “Até onde vai isso, as novas etapas vão revelar”.
Ele destacou que a nova fase das apurações traz um “leque de oportunidades” para que elas sejam aprofundadas e tenham mais celeridade, com desdobramentos em busca de novas provas, por exemplo.
Além disso, outros elementos da delação de Élcio ainda serão investigados e alguns permanecem sob sigilo.
Cronologia do assassinato de Marielle Franco
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O que aconteceu antes assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes
Crédito: Arte/CNN
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O que aconteceu depois do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes
A PF pediu autorização judicial para vasculhar a casa de:
Edílson Barbosa dos Santos, o “Orelha’”;
Denis Lessa, irmão do ex-PM Ronnie Lessa — denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como executor dos disparos de submetralhadora que vitimaram Marielle e Anderson –;
João Paulo Viana dos Santos Soares, o “Gato do Mato”;
Alessandra da Silva Farizote;
Maurício da Conceição dos Santos Júnior, o “Mauricinho”; e
Jomar Duarte Bittencourt Júnior, o “Jomarzinho”.
A polícia alegou a necessidade de inspecionar os endereços desses alvos não só para entender a dimensão de suas participações no crime, mas também viabilizar a identificação de “camadas mais próximas ao núcleo do grupo criminoso”.
“Orelha”, por exemplo, teria “picotado” o veículo usado por Ronnie Lessa e Élcio Queiroz para a emboscada e execução. O delator diz que era ele o condutor do veículo usado na noite do crime. A reportagem não conseguiu contato com os investigados.
Elaine Lessa também afirmou aos investigadores que nunca soube do envolvimento do marido no caso e que ele nunca havia comentado com ela sobre a vereadora, até o dia da prisão. “Foi uma grande surpresa”, rechaçou.
A CNN entrou em contato com a defesa de Ronnie Lessa que afirmou, em nota: “O depoimento dela não invalida o dele. Ele disse que o Élcio chegou à casa dele no final da tarde. Beberam e depois foram para o Bar Resenha. Ela disse que ele não estava quando ela chegou. A princípio, uma coisa não exclui a outra.”
*Com informações de Elijonas Maia, Leandro Resende, Tiago Tortella e Thayana Araújo e do Estadão Conteúdo