A força-tarefa que atua para retirar os resíduos da montanha de detrito que desabou no lixão Ouro Verde, no Entorno do Distrito Federal, já conseguiu mover cerca de 20% dos 42 mil metros cúbicos de massa que caíram.
A operação começou em 21 de julho, mais de um mês após o desabamento.
O lixão fica no município goiano de Padre Bernardo. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), mais de 560 viagens de caminhão já foram realizadas.
“O lixo está sendo disposto de forma temporária em uma célula dentro da mesma propriedade. Uma segunda célula, com a mesma finalidade, está em processo de impermeabilização – metade desse serviço já foi concluído”, informou a pasta.
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Conforme o termo de ajuste de conduta (TAC) assinado pela empresa Ouro Verde, a remoção do lixo que desmoronou deve ser finalizada até 15 de setembro, antes do início do período chuvoso.
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Relembre caso do lixão
- Uma montanha de lixo desabou no Aterro Ouro Verde em 18 de junho. Testemunhas gravaram o momento da queda e a extensão que os resíduos alcançaram;
- O aterro é alvo de uma série de ações judiciais, sendo uma delas a ação civil pública movida pelo Ministério Público do Goiás (MPGO) e pelo Ministério Público Federal (MPF) por “dano ambiental”;
- Até então, o empreendimento funcionava sob autorização de uma liminar expedida pelo TRF-1;
- A empresa responsável pela administração do aterro foi multada em R$ 37 milhões. Além disso, bloqueio de R$ 10 milhões das contas da empresa “como forma de garantir a existência de recursos necessários para a contenção emergencial”;
- O aterro fica localizado em Padre Bernardo, Entorno do Distrito Federal, e opera em zona de conservação da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Descoberto — segundo o MP, sem licenciamento do Estado de Goiás;
- Com o desabamento do lixo, segundo o governo goiano, as águas do Rio do Sal e do Córrego Santa Bárbara ficaram contaminadas. O uso foi proibido por tempo indeterminado;
- O local conta com quatro bacias de chorume carregadas com risco de colapso total, o que ocasiona riscos eminentes de novos desabamentos no aterro.
Outras medidas
A prefeitura de Padre Bernardo, dias após o ocorrido, visitou famílias que vivem na região e providenciou a distribuição de água por meio de caminhões-pipa e galões de 20 litros, além de cestas básicas. Na mesma época, a Semad concluiu a primeira etapa de mensuração dos danos do desastre e aplicou multa de R$ 37,5 milhões.
Em 4 de julho, o governo de Goiás começou a usar drones agrícolas cedidos por bombeiros para espalhar inseticida na área do lixão e reduzir a infestação de moscas, tendo em vista que os insetos são vetores de doenças.
No dia 7, o gabinete de crise se reuniu com representantes da empresa na Semad, em Goiânia, e as partes se comprometeram a assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que a Ouro Verde se comprometeria a realizar ações dentro de prazos pré-estabelecidos.