Entidades ambientais, comerciantes e moradores de Feliz Deserto rejeitaram como “inaceitável” a resposta da Geomineração Exploração Mineral Ltda. a uma representação enviada ao Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL). A empresa, que extrai areia do município para fornecer à mineradora Braskem S/A no tamponamento de minas de salgema em Maceió, é acusada de provocar danos ambientais e sociais.
Os denunciantes afirmam que a empresa tenta minimizar e desqualificar os impactos negativos de sua operação. “A resposta da Geomineração não pode desconsiderar os fatos apresentados sem uma investigação adequada”, reforçam as entidades.
Em Nota de Esclarecimento, a Geomineração afirmou operar com todas as licenças exigidas pelo Instituto do Meio Ambiente (Ibama/AL), a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/AL), além de ser submetida a fiscalização constante. No entanto, os reclamantes argumentam que a posse de licenças não isenta a empresa da responsabilidade pelos impactos ambientais causados. “Os estudos apresentados pela própria empresa muitas vezes não refletem fielmente a realidade”, alegam.
No aditamento à representação encaminhada ao MPF, os denunciantes reforçam que a extração de areia tem causado crateras e assoreamento do rio Canduípe, rachaduras em residências devido às vibrações de maquinário pesado, aumento do trânsito de caminhões e riscos geológicos relacionados à erosão e subsidência do solo.
Os denunciantes também questionam a transparência da empresa, pedindo que apresente relatórios de monitoramento ambiental atualizados e independentes que comprovem a inexistência de danos. Segundo eles, a falta de registros de irregularidades nas fiscalizações pode indicar que os impactos ambientais não estão sendo devidamente investigados.
A comunidade exige que as fiscalizações sejam conduzidas com transparência e a participação de especialistas independentes e da população local. Entre as reivindicações estão a divulgação total dos relatórios de monitoramento, auditorias conduzidas por profissionais externos e a participação ativa da comunidade nos processos de fiscalização.