Conhecida pelo sabor marcante e aroma característico, a canela tem ganhado destaque também por seus possíveis benefícios à saúde. Estudos científicos sugerem que o uso diário da especiaria pode ajudar a equilibrar os níveis de açúcar no sangue, especialmente em pessoas com risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Entre as evidências mais citadas está uma pesquisa publicada no American Journal of Clinical Nutrition, que acompanhou adultos com sobrepeso e pré-diabetes durante quatro semanas.
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O trabalho observou que o consumo diário de canela reduziu os picos de glicose e manteve os níveis de glicemia mais estáveis ao longo de 24 horas, em comparação ao grupo que recebeu placebo. Apesar de os efeitos serem moderados, o resultado foi estatisticamente relevante e bem tolerado pelos participantes.
A nutricionista Carla de Castro, de Brasília, reforça que o ingrediente pode ser facilmente incorporado na alimentação do dia a dia. “Os benefícios são vários, e é bastante interessante usá-la como tempero em preparos doces e até salgados”, explica.
O diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada
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O diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas
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A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo
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Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal
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O diabetes pode ser dividido em três principais tipos. O tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais
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Já o diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta
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O diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má-formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros
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Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento
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É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença
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Os sintomas do diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco
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Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções
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O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (diabetes)
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Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle
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Quando o diabetes não é tratado devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão
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Já o professor Leandro Rodrigues da Cunha, da Universidade Católica de Brasília, destaca que os compostos naturais da canela — como o eugenol, o ácido cinâmico e as catequinas — têm ação antioxidante e ajudam o organismo a lidar melhor com a glicose. “Esses compostos auxiliam no controle da glicemia e no metabolismo de forma geral”, afirma.
Embora os resultados sejam promissores, especialistas lembram que a canela não substitui o tratamento médico nem hábitos saudáveis. A especiaria deve ser usada como complemento dentro de uma dieta equilibrada, associada à prática regular de atividade física.
Como incluir a canela no dia a dia, segundo os especialistas
- Use como tempero natural: polvilhe em frutas, mingaus, cafés ou vitaminas no lugar do açúcar refinado.
- Adicione a receitas salgadas: combina com carnes, molhos e legumes assados, realçando o sabor sem aumentar calorias.
- Prepare chás ou infusões: o chá de canela é aromático e pode ajudar a controlar o apetite, mas deve ser consumido com moderação.
- Evite exageros: a variedade mais comum, a canela-cássia, contém cumarina, substância que pode sobrecarregar o fígado em altas doses.
- Busque orientação profissional: pessoas com doenças hepáticas, gestantes ou que usam anticoagulantes devem consultar um nutricionista ou médico antes de consumir em grandes quantidades.
A canela se mostra, assim, uma aliada acessível e natural para quem busca controlar a glicemia e melhorar o metabolismo. No entanto, os especialistas reforçam que o equilíbrio é essencial e que o efeito da especiaria é mais eficaz quando faz parte de um estilo de vida saudável.
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