Na quinta-feira (22), o ministro Herman Benjamin assumirá o cargo de presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), marcando o ápice de uma jornada que começou na pequena cidade paraibana de Catolé do Rocha e percorreu diversos marcos acadêmicos e profissionais. Sua trajetória é um testemunho não apenas de sua dedicação ao Direito, mas também de seu impacto significativo nas questões ambientais e sociais.
Benjamin iniciou sua jornada educacional em Catolé do Rocha, passando pelos estudos de primeiro e segundo graus em João Pessoa e Recife. Aos 17 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde concluiu a graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1980. Sua busca por conhecimento o levou aos Estados Unidos, onde fez um mestrado (LLM) na Universidade de Illinois. De volta ao Brasil, tornou-se doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Sua carreira no Ministério Público, em São Paulo, durou de 1982 até 2006, quando foi nomeado ao STJ. Benjamin também teve uma destacada atuação acadêmica, incluindo passagens como professor visitante nas Universidades do Texas e de Illinois, além de conferencista em Direito Ambiental e Direito do Consumidor em vários países.
Herman Benjamin é amplamente reconhecido como uma das maiores autoridades mundiais em direito ambiental. Sua colaboração com o ex-Ministro de Relações Exteriores e atual embaixador para a Mudança do Clima, Luiz Alberto Figueiredo, começou no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em 2002. Figueiredo descreve Benjamin como um líder intelectual na área ambiental e um amigo com uma combinação notável de inteligência e bom humor.
Além de seu reconhecimento acadêmico e profissional, Benjamin conta com o apoio e admiração de várias personalidades de destaque. O fotógrafo Sebastião Salgado, conhecido por seu trabalho em prol do meio ambiente e das comunidades desfavorecidas, destaca a importância do ativismo ambiental de Benjamin. Salgado, ao lado de sua esposa Lélia Wanick, participa ativamente de iniciativas de revitalização ambiental através do Instituto Terra, fundado em 1998.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o filósofo Leonardo Boff também expressaram sua admiração por Benjamin, sublinhando sua preocupação com as causas sociais e sua abordagem humanitária no Direito.
A jornada de Herman Benjamin, desde Catolé do Rocha até a presidência do STJ, reflete um percurso de notável contribuição ao Direito e à justiça ambiental. Com uma carreira que cruzou fronteiras e impactou diversas áreas, Benjamin está prestes a iniciar um novo capítulo, prometendo liderar com uma visão equilibrada entre o compromisso com os direitos coletivos e a justiça social. Sua trajetória inspira e oferece uma visão de como a dedicação e o conhecimento podem transformar instituições e influenciar positivamente a sociedade.