O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) determinou, no último dia 19 de fevereiro, a suspensão das licenças de operação da Geomineiração – Exploração Mineral Ltda., fornecedora de areia da Braskem. A decisão, publicada por meio das Portarias IMA N° 35/2025 e 36/2025, atende a reivindicações da população local, que denuncia há anos os impactos socioambientais da mineração na região.
Essa é a segunda decisão contrária à exploração mineral na área. Antes da medida estadual, o próprio município de Feliz Deserto já havia suspendido as operações da empresa devido aos danos ambientais e econômicos causados pela atividade extrativista.
Segundo o IMA, a suspensão foi motivada por diversas irregularidades, incluindo descumprimento de condicionantes ambientais, omissão ou falsa descrição de informações no processo de concessão e a constatação de riscos graves ao meio ambiente e à saúde pública.
A conquista é fruto da resistência dos moradores da região. Apesar das adversidades, a mobilização local recebeu apoio de movimentos ambientais e da imprensa, garantindo visibilidade estadual e nacional para a causa.
Para a advogada Adriana Mangabeira, que acompanha o caso, a decisão do IMA representa mais do que um avanço jurídico.

“A justiça tem que ser feita, e essa suspensão é mais que uma vitória. Receber mensagens de agradecimento das pessoas afetadas é como se fosse um afago. Isso mostra que vale a pena lutar pelo que é certo”, afirmou.
A luta contra a mineração predatória segue sendo um desafio no litoral sul de Alagoas, mas a decisão do IMA/AL demonstra que a sociedade civil tem força para barrar projetos que coloquem em risco o meio ambiente e a qualidade de vida da população.