A Justiça de São Paulo determinou, nesta quinta-feira (20), a soltura do preparador físico uruguaio Sebastian Avellino Vargas. O profissional, que trabalha no clube peruano Universitario, tinha sido preso em flagrante no último dia 12, acusado de injúria racial contra torcedores do Corinthians.
Na decisão, o juiz Antonio Maria Patiño Zroz, da 29ª Criminal de São Paulo, ressaltou a gravidade do fato, que descreveu como “desprezível e lamentável”. No entanto, o magistrado entendeu que o réu poderá responder em liberdade, já que não é acusado de um crime com emprego de violência física concreta ou grave ameaça e que não representa um perigo para a ordem pública.
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A decisão também destaca que não há risco concreto de não aplicação da penalidade, uma vez que, por causa do trabalho, o denunciado pode ser encontrado sem muita dificuldade e, até mesmo, ser extraditado, caso não coopere com a Justiça brasileira ou demonstre desejo de fugir.
A Justiça determinou um prazo de até cinco dias após a soltura para que o preparador físico compareça ao fórum para fornecer endereço, telefone, e-mail e também um contato de alguém do clube em que trabalha.
Além disso, ele tem obrigação de comparecer, de forma presencial ou virtual, aos atos processuais para os quais for intimado. Em caso de descumprimento das condições, Vargas poderá ter nova prisão decretada.
Relembre o caso
O preparador físico uruguaio foi acusado de imitar um macaco em direção à torcida do Corinthians ao final do jogo pela Copa Sul-Americana, no dia 11 de julho. O Tribunal de Justiça de São Paulo então determinou prisão preventiva ao profissional, que chegou a ter um habeas corpus negado na semana passada.
Após a prisão, o Universitario disse que rechaça qualquer tipo de discriminação, mas criticou a detenção do preparador físico. O clube classificou a decisão da Justiça brasileira como “arbitrária”.
No jogo seguinte à prisão, os jogadores do Universitario entraram em campo, pelo Campeonato Peruano, com uma faixa que trazia a inscrição “Estamos contigo Sebastián A”. Já na partida de volta pela Sul-Americana, contra o Corinthians, na última terça-feira (18), houve confusão.
Cinco jogadores foram expulsos após Ryan marcar o gol da vitória do Corinthians, por 2 a 1, e mostrar a camisa do time para a torcida. Após a partida, o técnico do Universitario, Jorge Fossati, comparou a comemoração do jogador corintiano ao ato de seu preparador físico.
“Agora aqui, de novo, não aconteceu nada pelo gesto de mostrar a camisa. Isso é rir da cara ou o quê? O garoto tem o que, 12 anos? Mas lá, por um gesto, tem um preparador físico preso há sete dias. Aqui tem que desculpar porque, pobrezinho, é um jovenzinho”, disse.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Justiça dá liberdade provisória a preparador físico do Universitario acusado de injúria racial no site CNN Brasil.