Os ativos da Argentina registraram uma alta significativa após a aprovação, na noite de quarta-feira (12), de um abrangente pacote de reformas defendido pelo presidente ultraliberal Javier Milei. As reformas são consideradas essenciais pelo governo para revitalizar a economia e atrair investimentos.
A votação no Senado foi marcada por intensos protestos e confrontos entre a polícia e manifestantes contrários às medidas propostas. Apesar dos tumultos, o debate no Senado culminou em um empate. A decisão final coube à presidente do Senado, a vice-presidente Victoria Villarruel, que desempatou a votação com um voto a favor do pacote de reformas.
O projeto de lei aprovado inclui diversas medidas amplas e ambiciosas. Entre os principais pontos, destacam-se os benefícios para investimentos multimilionários, a privatização de empresas públicas e a concessão de poderes especiais ao presidente. Essas iniciativas, inicialmente controversas, foram parcialmente modificadas durante o processo legislativo para assegurar o apoio de uma oposição fragmentada.
Os mercados financeiros reagiram positivamente à aprovação das reformas, refletindo um otimismo renovado sobre a capacidade do governo de implementar mudanças estruturais significativas. As ações de empresas argentinas subiram, e o peso argentino registrou uma valorização em relação ao dólar.
O presidente Milei, conhecido por suas políticas econômicas liberais, afirmou que as reformas são cruciais para estimular o crescimento econômico e atrair investidores estrangeiros. “Este pacote de reformas é um passo decisivo para transformar a Argentina em um país mais competitivo e próspero. Estamos criando um ambiente favorável para negócios e investimentos que trarão benefícios duradouros para todos os argentinos”, disse Milei em um pronunciamento após a votação.
No entanto, a aprovação das reformas não foi isenta de críticas. Muitos setores da sociedade argentina expressaram preocupação com o impacto social das medidas, especialmente as privatizações e os poderes especiais concedidos ao presidente. Líderes sindicais e ativistas argumentam que as reformas podem levar à perda de empregos e à redução de serviços públicos essenciais.
A vice-presidente Victoria Villarruel, que desempenhou um papel decisivo na aprovação das reformas, defendeu a necessidade de mudanças profundas para enfrentar os desafios econômicos do país. “Compreendemos as preocupações, mas é imperativo que façamos as reformas necessárias para garantir um futuro econômico sustentável. O compromisso do governo é com o bem-estar de todos os cidadãos argentinos”, afirmou Villarruel.
Com a aprovação do pacote de reformas, o governo de Javier Milei agora enfrenta o desafio de implementar efetivamente as medidas e de mitigar os possíveis impactos negativos sobre a população. A resposta positiva dos mercados sugere confiança nas propostas do governo, mas a reação da sociedade civil e a execução prática das reformas serão determinantes para o sucesso a longo prazo.
A trajetória das reformas de Milei será acompanhada de perto, tanto internamente quanto pela comunidade internacional, à medida que a Argentina busca consolidar sua recuperação econômica em meio a um cenário global desafiador.