O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na segunda-feira (29) a abertura de uma investigação pela Polícia Federal (PF) contra o prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL). A investigação visa apurar se houve incitação ao crime após Feltrin sugerir a execução de Moraes em uma guilhotina durante um evento público.
O episódio ocorreu durante uma visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Rio Grande do Sul, onde ele tem promovido seus candidatos. Em um comício, Bolsonaro declarou que o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula “facilitam a sua execução”, alegando que medidas de segurança, como a retirada de carros blindados e redução de sua equipe de segurança, o deixaram vulnerável.
Bolsonaro, em seu discurso, se colocou como vítima de uma suposta perseguição política, fazendo uma comparação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “No meu caso, quando voltei para o Brasil, pela presidência [da República], tinha direito a dois carros. Lula pessoalmente me tirou os dois carros blindados [os ex-presidentes não possuem direito a carro blindado]. Tenho direito a oito funcionários, os quatro que trabalhavam na minha segurança, por medidas cautelares, me tiraram os quatro que trabalhavam na minha segurança […] eles [Lula e Alexandre de Moraes] querem facilitar. Eles não querem mais me prender, querem que eu seja executado”, afirmou Bolsonaro.
O caso ganhou ainda mais notoriedade após a circulação de um vídeo nas redes sociais, no qual Jair Bolsonaro aparece rindo após o prefeito Fabiano Feltrin sugerir a execução do ministro Moraes. No vídeo, Feltrin diz: “A homenagem para ele [Alexandre de Moraes] vou mostrar qual é. É só colocar ele aqui na guilhotina. Aqui a minha homenagem para ele.”
A autorização para a investigação reflete a gravidade das declarações, especialmente no contexto de uma crescente polarização política no Brasil. A incitação ao crime é um ato passível de penalidades severas, e o caso está sendo acompanhado de perto pelas autoridades e pela opinião pública.