Suspeita de metanol: saiba por que o cantor Hungria permanece na UTI

Mesmo com sinais de melhora, praticando caminhada e fisioterapia, o cantor Gustavo Hungria (foto em destaque), 34 anos, seguirá internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. O rapper buscou atendimento após apresentar sintomas de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcóolica.

Segundo Leandro Hungria, irmão do cantor, o artista ainda precisa passar por tratamento, incluindo sessões de hemodiálise. “Ainda não há previsão de ele sair da UTI. Ele saiu hoje de lá só para ir ao jardim e fazer a fisioterapia, mas já voltou para a UTI para fazer a outra sessão de hemodiálise”, explicou.

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O rapper passará pela 2ª sessão de hemodiálise na UTI ainda na manhã desta sexta-feira (3/10). “Ontem eu saí daqui por volta de 00h30. Ele tinha acabado de terminar o 1º processo de hemodiálise, que durou entre 4h a 6h”, contou.

De acordo com Leandro, o quadro clinico do artista é bom e surpreendeu os médicos. Hungria ainda está enfraquecido, mas tudo indica uma melhora no quadro de saúde. “Quando retornei hoje, para minha surpresa, ele estava no jardim do hospital com as fisioterapeutas, fazendo fisioterapia. Está com os cateteres no pescoço e os acessos nos braços”, afirmou.

Leandro lembrou do dia em que Hungria passou mal. “Foi bastante intenso, ele chegou vomitando, bem fraco, não aceitou a sonda pela narina. Ele teve que fazer o uso da medicação do antídoto via oral, mas o quadro está evoluiu de uma forma bastante significativa. Os médicos estão, inclusive, surpresos com a melhora do Hungria”, relatou.

Melhora

Segundo a assessoria do artista, ele apresenta evolução positiva em no quadro clínico. “De acordo com o médico assistente, Dr. Leandro Machado, o artista dormiu bem, se alimentou normalmente e está evoluindo de forma satisfatória. Os exames laboratoriais já apresentam melhora, com normalização dos índices metabólicos”, afirmou a assessoria em nota enviada ao Metrópoles.

Ainda não há previsão da saída da UTI. O resultado dos exames que irão confirmar se o Hungria foi intoxicado por metanol podem levar de cinco a sete dias para serem divulgados.

Até lá, não será possível confirmar que Hungria tenha sido intoxicado pela substância. Este é o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no DF. O Ministério da Saúde investiga, ao todo, 59 casos no país. Desses, 11 intoxicações e uma morte já tiveram a relação com o metanol confirmada.

Metanol

A internação às pressas do rapper nessa quinta-feira (2/10), levou à suspeita de intoxicação por metanol. O composto tem sido encontrado em bebidas alcoólicas em São Paulo e pode causar cegueira e até a morte.

A Secretaria de Saúde do DF destaca que, na ocorrência de um caso suspeito de intoxicação por metanol, deve ser realizado contato com o CIATox por meio dos telefones 99288-9358 e 0800 644 6774 para orientações do manejo clínico.

Além disso, deve ser realizada notificação imediata obrigatória ao CIEVS/DF com preenchimento e envio da ficha de intoxicação exógena do SINAN para o e-mail notificadf@saude.df.gov.br.

A pasta acompanha o único caso suspeito registrado no Distrito Federal para identificar se houve, de fato, contaminação do metanol. O Ministério da Saúde também está atento à situação.

Até o momento, não se tem informações de sequelas no cantor. Em outros casos, pacientes relataram perda de visão e há um óbito confirmado, em decorrência do consumo de bebida com metanol.

Enquanto é feita a análise no corpo do rapper, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) analisa os lotes de bebida que estavam na distribuidora Amsterdan, que vendeu vodca ao cantor, em Vicente Pires.

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Hungria foi internado em Brasília sob suspeita de intoxicação por metanol

Reprodução/Instagram @hungria_oficial
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Ainda falta levantar a procedência das bebidas e se têm origem similar aos casos de São Paulo. É necessário identificar se as bebidas foram adulteradas e, em caso positivo, se há outras espalhadas no DF que também podem apresentar a contaminação.

O governo do Distrito Federal informou ao Metrópoles que vai intensificar as ações de fiscalização contra bebidas alcoólicas a partir desta sexta-feira (3/10).

Em nota, a distribuidora Amsterdan informou que comercializa exclusivamente produtos com certificado de origem. “Todos devidamente acompanhados de nota fiscal, assegurando a qualidade e legalidade de cada item disponibilizado”.

A distribuidora foi interditada nessa quinta-feira (2/10) por não ter licenciamento para funcionar e por comercialização de bebidas alcoólicas clandestinas.

O que aconteceu?

A reportagem apurou que o cantor está sendo acompanhado pelos médicos Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges, os mesmos profissionais que acompanharam a internação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Hospital DF Star, em 16 de setembro.

A assessoria de imprensa do cantor se manifestou por meio de nota e reforçou que a condição dele ocorreu após ingestão de bebida adulterada, “em situação que remete aos casos recentemente noticiados em São Paulo”.

“Por orientação médica e com o objetivo de preservar sua saúde, os shows previstos para este final de semana serão remarcados. O artista permanece em acompanhamento e já está fora de risco iminente. Agradecemos a compreensão dos fãs, da imprensa e de todos os parceiros neste momento”.

Veja o que diz boletim médico do DF Star:

“O cantor Gustavo da Hungria Neves foi admitido no Hospital DF Star em 2 de outubro com o quadro de cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. Foi iniciado tratamento especializado e, no momento, o paciente está em investigação da etiologia do quadro”.

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