Roberto Soriano, o segundo no escalão da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão pela morte da psicóloga Melissa Almeida, 37 anos. À época do crime, em 25 de maio de 2017, ela atuava na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). Soriano foi apontado como mandante.
O veredito foi dado pela 13ª Vara Federal de Curitiba, na madrugada dessa sexta-feira (25/8), após um julgamento que se estendeu por 12 dias. Soriano, conhecido como “Tiriça” (foto em destaque), considerado “psicopata” pelo chefe do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, já está detido no sistema penitenciário federal, em Brasília, devido a condenações em outros processos.
O assassinato aconteceu em Cascavel logo após Melissa buscar seu filho de apenas 1 ano na escola. A vítima foi atingida por disparos no rosto.
De acordo com as apurações da Polícia Federal, o motivo do assassinato de Melissa foi seu status como servidora da Segurança Pública. Acredita-se que os criminosos a selecionaram por ser considerada um alvo vulnerável, pois não possuía porte de arma de fogo.
Condenados e penas: Edy Carlos Cazarim: 17 anos, 5 meses e 10 dias Wellington Freitas da Rocha: 55 anos, 5 meses e 15 dias Elnatan Chagas de Carvalho: 66 anos, 3 meses e 20 dias Andressa Silva dos Santos: absolvida.
Melissa Almeida, psicóloga morta pelo PCC
Marcola, líder do PCC
Marcola, líder do PCC Hugo Barreto/Metrópoles
Penitenciária Federal – DEPEN
Penitenciária Federal de Brasília Rafaela Felicciano / Metrópoles
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Acusado pelo caso, e agora condenado, Soriano era o último suspeito de envolvimento direto no assassinato que ainda não havia sido submetido a um julgamento pelo júri. Em janeiro, outros três foram condenados e um acabou absolvido.
“Psicopata”
Conforme a coluna revelou, um dos presos mais conhecidos do país, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, já havia afirmado que não tinha relações com as execuções brutais feitas por integrantes do PCC contra policiais penais federais.
Cumprindo pena no Sistema Penitenciário Federal desde 2019, o líder máximo da facção paulista afirma que “não é um cara bonzinho”, mas não é um “psicopata” igual a Roberto Soriano, o “Tiriça”, apontado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) como o número 2 na hierarquia do PCC.
Soriano, que está preso na Penitenciária Federal de Brasília, já era acusado de ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo. O interno também é visto como o cabeça da “ala terrorista do PCC” – grupo radical que coordena morte de autoridades. A coluna apurou que a facção fornece um auxílio mensal aos assassinos de policiais – o valor pode chegar a R$ 5 mil.
O 02 do PCC já está há 10 anos no sistema penitenciário federal. Sua entrada na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) ocorreu em 16 de novembro de 2012, depois de ter sido transferido da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).
De acordo com a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (SAP), subordinada ao governo paulista, a remoção de “Tiriça” para Brasília foi motivada pela apreensão de um bilhete encontrado no telhado da Penitenciária 2 de Venceslau. O bilhete continha mensagens ordenando o assassinato de policiais militares da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).