Substância que causou a suspensão preventiva de Thiago Braz por doping, a ostarina tem sido frequente em casos envolvendo atletas brasileiros. No espaço de pouco mais de um mês, três deles viraram notícia.
Além do campeão olímpico, os jogadores de futebol Manoel e Rodrigo Moledo também foram supostamente flagrados com a substância em exames antidoping nas últimas semanas. Ambos zagueiros, eles atuam por Fluminense e Internacional, respectivamente, e foram pegos em jogos da Copa Libertadores.
Leia mais
Campeão olímpico, Thiago Braz é pego no doping e pode perder Olimpíadas de 2024
Conmebol suspende zagueiro do Internacional por doping; saiba mais
Manoel, zagueiro do Fluminense, é suspenso pela Conmebol por doping
A ostarina ficou conhecida no Brasil, também, por causar a suspensão de Tandara Caixeta, oposta da Seleção Brasileira de Vôlei, às vésperas da semifinal dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
Por que a ostarina é considerada doping
“A ostarina apresenta efeitos anabólicos muito semelhantes aos esteroides”, explica Renata Brasil, nutricionista esportiva, à CNN. “Ela atua exclusivamente dentro da célula muscular, o que promove esse ganho de força. Por isso, é muito utilizada também por fisiculturistas e praticantes de musculação”.
“Ela tem efeitos colaterais diferentes dos esteroides sintéticos, além de ter uma meia-vida mais curta, em média de 24 horas. A vantagem a ostarina, também, é que ela já começa a apresentar efeitos físicos para o rendimento, tanto de resistência quanto de ganho de força, em doses baixas, de até 3 miligramas, o que contribui para o aumento do seu uso”, concluiu Renata Brasil.
Na época, a CNN ouviu especialistas em medicina esportiva, que explicaram o impacto da ostarina na performance de um atleta.
1 de 7
Felipe Toledo está classificado para as Olimpíadas de Paris em 2024
Crédito: Divulgação/Instagram
2 de 7
Tati Weston-Webb também já assegurou sua vaga e vai surfar nas Olimpíadas de Paris
Crédito: Reprodução/Instagram
3 de 7
Caio Bonfim é o atleta brasileiro que também está garantido nos Jogos Olímpicos pela marcha atlética
Crédito: Reprodução/Instagram
4 de 7
Érica Sena é a outra atleta de marcha atlética garantida nos jogos
Crédito: Reprodução/Instagram
5 de 7
Daniel Nascimento, maratonista brasileiro, já está garantido nas Olimpíadas de Paris
Crédito: Reprodução/Instagram
6 de 7
Indrid Oliveira ficou entre as oito melhores no mundial e garantiu sua vaga em Paris
Crédito:
7 de 7
Isaac Souza se classificou para a final da plataforma de 10m no Mundial de Esportes Aquáticos e conquistou mais uma vaga
Crédito: Reprodução/Instagram
Por que a ostarina é proibida?
A substância é proibida em competição e fora de competição. É um tipo de anabolizante.
“Essa substância estimula a formação de músculos e, por isso, é considerado um doping. Aumenta a força e a potência muscular”, explicou Fernanda Lima, médica do esporte do ambulatório de medicina esportiva do Hospital das Clínicas da USP.
A médica afirmou que a ostarina não é uma medicação autorizada pela Anvisa e sua prescrição é proibida no Brasil. Dependendo da dose, substâncias desse tipo podem ficar até cinco dias no corpo, mas a média comum é de 12 a 36 horas.
É possível ingerir ostarina de forma acidental?
Sim, é possível, e as defesas costumam alegar isso em casos de doping. “Essas contaminações podem ser acidentais em caso de produto manipulado ou se o atleta usa suplemento que vem de fora e que não tem uma regulação pelo órgão do país”, diz Fernanda.
É comum a ocorrência de contaminação cruzada, quando o atleta faz uso de um suplemento ou medicamento e não sabia que estava contaminada com a substância proibida. Ainda assim, para as autoridades antidoping, o atleta é responsável por tudo que é encontrado em seu corpo.