Alckmin Critica Juro de 15% do Copom e Diz que Selic Alta ‘Retrai a Atividade Econômica

Vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, manifestou descontentamento com a manutenção da taxa básica pelo Copom, mas demonstrou otimismo para a próxima reunião

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumula a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), elevou o tom das críticas à política monetária e manifestou nesta quinta-feira (6/11) seu descontentamento com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) no patamar de 15% ao ano.

Para o vice-presidente, a taxa de juros permanece “muito elevada” e representa um entrave direto ao desempenho da produção industrial do País. A declaração foi dada a jornalistas em Passos (MG), após a inauguração de uma nova fábrica da cervejaria Heineken na região.

“O grande problema são os juros, a taxa muito elevada retrai a atividade econômica, especialmente [a produção] de bens duráveis e de custo mais alto”, afirmou Alckmin, reforçando a avaliação do governo de que o elevado custo do crédito impacta negativamente o investimento e o consumo de bens de maior valor agregado.

A manutenção da Selic, anunciada pelo Copom na véspera (5/11), estende o período de juros altos, cujo principal objetivo é o combate à inflação. Contudo, o Executivo tem argumentado que o custo da política monetária tem sido excessivamente alto para a economia real, sobretudo para os setores produtivos.

Apesar das críticas incisivas à decisão do Banco Central, o vice-presidente demonstrou otimismo com o futuro próximo. Alckmin manifestou a expectativa de que o ciclo de manutenção da Selic chegue ao fim na próxima reunião do Copom, a última do ano.

O Comitê de Política Monetária tem seu próximo encontro agendado para os dias 9 e 10 de dezembro, quando definirá a taxa básica de juros que vigorará até o início do próximo ano. A expectativa de um corte na Selic é vista pelo governo como um alívio necessário para reanimar a atividade produtiva antes do fechamento do balanço econômico de 2025.

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