Em um movimento de peso que confere credibilidade e robustez internacional à nova iniciativa brasileira de financiamento ambiental, o governo da Noruega anunciou nesta quinta-feira (6/11) um investimento de US$ 3 bilhões no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O valor, a ser desembolsado ao longo dos próximos dez anos, representa o maior aporte individual feito ao fundo até o momento.
O compromisso norueguês foi selado pelo primeiro-ministro Jonas Gahr Støre durante a Cúpula de Líderes da COP30, sediada em Belém. Støre participou de um almoço promovido por Lula com o objetivo de angariar recursos e consolidar o apoio financeiro para o TFFF.
Liderança e Escala: O valor de US$ 3 bilhões da Noruega supera, inclusive, os aportes iniciais de US$ 1 bilhão anunciados pelo próprio Brasil e pela Indonésia, parceiros no lançamento do mecanismo.
Contraste: Em escala consideravelmente menor, Portugal também oficializou uma contribuição, equivalente a US$ 1,16 milhão.
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre visa utilizar os rendimentos do capital aportado para financiar medidas de preservação de matas tropicais em países em desenvolvimento. A proposta detalha que cerca de 20% do valor total será destinado diretamente a comunidades indígenas e povos originários, reconhecendo o papel crucial destas populações na conservação.
“A meta é que cada país possa receber até US$ 4 por hectare preservado. Parece modesto, mas estamos falando de 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais distribuídos entre 73 países em desenvolvimento”, afirmou o presidente Lula durante a cerimônia de lançamento.
A eficácia do programa, segundo o governo brasileiro, será garantida por um sistema de monitoramento de preservação via satélite, um detalhe que busca atender às demandas de transparência e resultados frequentemente levantadas pelos doadores internacionais em iniciativas ambientais.
O expressivo aporte norueguês, tradicionalmente um dos principais financiadores de projetos de conservação florestal, sinaliza um respaldo diplomático e financeiro à proposta de Lula para a governança climática e ambiental global.
