O governo canadense confirmou nesta quarta-feira (13/11) seu primeiro caso de gripe aviária em humanos. Trata-se de um adolescente que está internado em estado crítico em um hospital pediátrico da Colúmbia Britânica.
O jovem, que não teve sua idade revelada, apresentou os primeiros sintomas em 2 de novembro, incluindo conjuntivite, febre e tosse. Ele procurou atendimento médico na última sexta-feira (8/11) e acabou sendo internado na terça-feira com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA).
O caso vinha sendo tratado como suspeita de infecção pelo H5N1 desde sábado, mas os testes genéticos realizados hoje comprovaram que se trata de uma variante específica da doença (clado 2.3.4.4b).
“Estamos trabalhando para investigar e responder rapidamente ao caso. Devemos continuar vigilantes em nossos esforços para prevenir a disseminação da gripe aviária entre animais e para humanos”, esclareceu Theresa Tam, diretora de Saúde Pública do Canadá.
Cerca de 35 pessoas foram identificadas como contatos próximos do paciente e testadas, mas nenhuma estava infectada. O clado circula em aves de todos os continentes do mundo — em 2024, ele foi encontrado pela primeira vez na Antártida.
Não é incomum que adolescentes e crianças, quando infectados, desenvolvam casos mais graves de gripe aviária. “Em pessoas jovens, esse é um vírus que pode progredir e causar quadros bastante complicados. A deterioração do rapaz infectado foi bastante rápida”, disse a oficial de saúde da província da Colúmbia Britânica, Bonnie Henry.
Gripe aviária pode ser transmitida?
Não há registro de transmissão entre pessoas da gripe aviária. Os casos normalmente acontecem pelo contato de humanos com aves ou com outros animais contaminados. Em maio deste ano, por exemplo, um surto ocorreu entre trabalhadores de granjas nos Estados Unidos, mas não houve transmissão entre eles.
Especialistas de todo o mundo têm alertado que a maior frequência de humanos infectados pela gripe aviária pode indicar que a doença eventualmente se torne um problema de saúde global ao começar a ser transmitida entre mamíferos.
“Precisamos nos preparar e ter certeza que, se o H5N1 chegar a ser transmitido, estejamos em posição de responder imediatamente com acesso equitativo a vacinas eficazes”, aconselhou o cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jeremy Farrar, em um debate entre infectologistas realizado em abril.
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