O estudante brasiliense Eduardo Vasconcelos, 21 anos, aprovado na Universidade de Harvard em 2021, entrou para a lista Forbes Under 30 2023, que reconhece 115 jovens talentos de até 30 anos em diversas áreas.
A relação de nomes foi publicada pela revista no último sábado (23/12), que inclui personalidades como Jojo Todynho, Matuê e Txai Suruí. A lista é dividida entre 15 categorias, como artes, tecnologia, negócios, ciência e educação, na qual está o estudante.
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Eduardo cursa economia e gestão pública Arquivo Pessoal
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Eduardo e a presidente da Universidade de Harvard, Claudine Gay Arquivo Pessoal
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Jovem de 21 anos morava em Brasília Arquivo Pessoal
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Eduardo cursa economia e gestão pública em Harvard, com uma bolsa de estudos completa, no valor de quase R$ 2 milhões para quatro anos. Ele foi escolhido pelo reitor da instituição de ensino dos Estados Unidos como o melhor orador da turma, entre 1.960 alunos de 94 países, e se tornou o primeiro brasileiro a vencer o prêmio – concedido desde 1895.
Em 9 de dezembro último, quando pegaria um voo para o Brasil, o estudante descobriu que teria o nome publicado na lista da Forbes. “Eu não conhecia ninguém da revista. Simplesmente fiz uma candidatura. Foi uma surpresa muito boa e aconteceu no meu último dia de aula. Uma emoção mesmo”, comemorou.
Destaques
A revista destacou que “Eduardo Vasconcelos levou o Brasil a conquistas internacionais inéditas”, como o primeiro brasileiro a presidir a Associação de Harvard para Democracia na América Latina e ser premiado pela Davis Projects for Peace, que reconhece as maiores lideranças jovens em atuação pela paz no mundo.
A honraria internacional decorreu da criação do Jovens Líderes pela Paz, programa em defesa da vida de estudantes e professores que Eduardo fundou ao lado de duas outras jovens. Agora, a meta dele é ser pioneiro na conquista de um Nobel da Paz pelo Brasil.
Para isso, sonho fundar o maior centro de proteção da vida de crianças e adolescentes da América Latina e almeja fazer o Brasil ter o menor índice de homicídios contra crianças e adolescentes da área.
Jovens Líderes pela Paz
Idealizado por três ex-alunos da rede pública de ensino, o Projeto Jovens Líderes pela Paz surgiu em março de 2021, criado por Eduardo, Isabela Rodrigues e Isadora Rodrigues, ambas de 19 anos.
As duas entraram em contato com ele após assistirem a um vídeo em que Eduardo falava sobre não concordar com a forma do Estado de combater o epicentro da violência em escolas do Distrito Federal. “Eu falava que modo de o governo agir não era ideal e que, na verdade, tinha de focar na saúde mental. Assim, focaria-se na prevenção”, relembrou.
O trio tinha opiniões semelhantes e queria combater o mesmo fenômeno: a violência escolar. Assim, optaram por se juntar e iniciar o Jovens Líderes pela Paz, que recruta estudantes para propagar a paz no próprio colégio.
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Eduardo, Isadora e Isabela na final de prêmio voltado à educação Arquivo Pessoal
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Voluntários do Jovens Líderes pela Paz Arquivo Pessoal
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Eduardo quer levar projeto para o restante da América Latina Arquivo Pessoal
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Dois meses depois da fundação do projeto, em maio de 2021, os três se reuniram com a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF). A pasta se interessou tanto pela proposta que a adotou como principal programa de combate à violência escolar.
“Eles nos ajudaram a chegar às escolas. Eles indicavam as mais precisavam, e começávamos a atuar. Foi muito incrível. Conseguimos promover atividades para mais de 15 mil alunos do DF no primeiro ano do programa”, contou Eduardo.
Novas inscrições
No fim de 2022, ficou decidido que o projeto seria expandido para além da capital federal. Atualmente, o Jovens Líderes pela Paz atua em mais de 10 estados brasileiros, com a meta de alcançar o país inteiro. A expansão para outras partes da América Latina também consta nos planos.
O projeto é 100% formado por voluntários e receberá novas inscrições em janeiro. O programa é dividido em seis departamentos: iniciação científica; saúde mental; medicina; visita a escolas; prevenção à violência contra a mulher; design; e estudantes voluntários de colégios públicos.
Nas instituições de ensino, os alunos são eleitos pelos próprios colegas ou escolhidos pela direção da escola para serem os Jovens Líderes pela Paz. Os embaixadores recebem mentoria e acompanhamento semanal sobre como combater a violência nesses locais.
Além disso, os Jovens Líderes pela Paz disseminam a cultura de paz nas escolas, com atividades como a semana de saúde mental e iniciativas para reduzir a evasão escolar. Para conhecer mais sobre o projeto, basta acessar o site da iniciativa.