O fim de semana chegou e a pergunta é inevitável: dá para curtir um bar com segurança em meio aos casos de intoxicação por metanol no país? Quem frequenta ou trabalha no setor já tem suas próprias respostas — que passam por desconfiar de preços baixos e redobrar a atenção, principalmente com os destilados.
Em um bar na Asa Sul, frequentadores como o servidor Lucas Mantovani, 30 anos, e o servidor Flávio Guimarães, 30, contam como ajustam seus hábitos.
“Estamos evitando até cerveja em lata. Estamos só no chopp. Porque a gente precisa se distrair, não dá para ficar em casa, mas também não dá para arriscar”, afirma Lucas.
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Chrystan Roberto
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Flávio Guimarãe
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Lucas Mantovani
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Flávio complementa: “O barato pode sair muito caro. A gente só consome onde conhece e confia.”
Em outro bar, esse na Asa Norte, o técnico bancário Arthur Araújo, 30 anos, frequenta acompanhado de três amigos e se sente mais tranquilo. “Não tenho medo, porque só tomo cerveja. Enquanto não acontecer com cerveja, tá de boa. Já conheço a casa, confio, então é mais seguro”, diz Arthur.
A cautela tem motivo. O rapper Hungria, 34 anos, está internado em Brasília com suspeita de intoxicação por metanol, após consumir bebida comprada em distribuidora. Em São Paulo, a situação é ainda mais grave: já são mais de 100 casos suspeitos, com mortes confirmadas, o que levou o Ministério da Saúde a instalar uma Sala de Situação para acompanhar a crise.
O Distrito Federal registrou, nesta sexta-feira (3/10), o 2º caso suspeito de intoxicação por metanol. O Metrópoles apurou que trata-se de um homem de 47 anos que deu entrada na UPA de Brazlândia com sintomas compatíveis com o quadro de intoxicação pela substância.
Ele está intubado e o estado de saúde é considerado grave.
”Duvide do preço”
Do lado empresarial, o alerta também é claro. Chrystan Roberto, 40 anos, relações públicas e assessor de bares e restaurantes, defende que o consumidor use o preço como termômetro de segurança.
“Duvide do que é barato. Se um drink custava R$ 49 e de repente passou para R$ 29, há algo errado. O destilado é muito mais fácil de ser falsificado do que a cerveja, além de ser perigoso. Duvide do preço.”
Segundo ele, os bares assumem custos altos para garantir qualidade e originalidade.
“Meu cliente, como bar e restaurante, paga muito mais imposto do que uma distribuidora. É um investimento alto, mas que garante ao consumidor a tranquilidade de estar bebendo algo seguro.”
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Força-tarefa
A Vigilância Sanitária do Distrito Federal determinou a criação de uma força-tarefa para fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas em toda a capital federal nos próximos dias.
A ordem de serviço frisa que os Núcleos de Inspeção deverão priorizar as ações em estabelecimentos que vendam produtos do tipo.
As ações diurnas ocorrem durante a semana, das 8h às 18h, em todo o Distrito Federal. As ações noturnas começaram na madrugada de quinta-feira (3/10) e irão até segunda-feira (6/10).
A Secretaria de Saúde do DF destaca que, na ocorrência de um caso suspeito de intoxicação por metanol, deve ser realizado contato com o CIATox por meio dos telefones 99288-9358 e 0800 644 6774 para orientações do manejo clínico.
Além disso, deve ser realizada notificação imediata obrigatória, com preenchimento e envio da ficha de intoxicação exógena para o e-mail notificadf@saude.df.gov.br.