O detento Argemiro Antônio da Silva escapou da ala de idosos do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no Complexo Penitenciário da Papuda, após serrar as grades da cela. A Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape/DF) confirmou a fuga, constatada às 7h durante a contagem de rotina dos presos. A Polícia Civil foi acionada para realizar perícia no local e iniciou buscas para recapturá-lo.
Apelidado de “Costelinha”, Argemiro ganhou notoriedade por liderar uma organização criminosa especializada em roubo a bancos, incluindo ações conhecidas como “Novo Cangaço”, caracterizadas por extrema violência e uso de armamento pesado. Mesmo encarcerado, ele comandava os crimes de dentro da cela, utilizando aplicativos como WhatsApp para coordenar as operações.
Uma das ações mais emblemáticas ocorreu em março de 2018, em Carmo do Rio Verde (GO), quando a quadrilha invadiu uma agência bancária armada com fuzis e revólveres. O ataque, que mirava cidades pequenas e com pouca força policial, foi frustrado por uma operação das polícias Civil e Militar de Goiás, resultando em troca de tiros e na morte de três criminosos.
Dias antes, o grupo havia roubado R$ 1,3 milhão de uma agência em Crixás (GO), seguindo instruções de Argemiro, que, à época, estava preso em Aparecida de Goiânia. A quadrilha se organizava em um grupo de WhatsApp chamado “Progresso 007”, no qual as funções eram divididas: enquanto uma equipe realizava o assalto, outra cuidava da logística, como locação de imóveis e transporte.
Durante o assalto em Carmo do Rio Verde, os criminosos roubaram ainda armas e munições da equipe de vigilância da agência bancária.
125 anos de prisão e fuga audaciosa
Condenado a 125 anos de prisão por crimes como roubo a banco, latrocínio e formação de quadrilha, Argemiro estava detido na ala destinada a idosos na Papuda. Sua fuga reacende o debate sobre a segurança nos presídios e a entrada de tecnologia em ambientes carcerários, que permite a atuação de chefes do crime organizado mesmo atrás das grades.
A Polícia Civil e a Seape seguem investigando o caso, enquanto Argemiro continua foragido. Sua captura é considerada prioridade devido ao alto grau de periculosidade e à capacidade de articulação criminosa demonstrada ao longo dos anos.