O juiz Fernando Brandini Barbagalo, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), entendeu que o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, poderá usar a camisa do time com a logo da casa de apostas que patrocina o rubro-negro, além de manter relações econômicas ou financeiras com as apostas esportivas. Em denúncia encaminhada à Justiça, o Ministério Público do DF (MPDFT) havia requerido que o jogador fosse proibido de apostar e divulgar casas de apostas do ramo. As medidas, porém, foram negadas pelo magistrado.
Por outro lado, Bruno Henrique se tornou réu, nessa sexta-feira (25/7), por suposta manipulação de resultado para favorecer apostadores.
O MPDFT pedia que o jogador suspendesse toda atividade econômica ou financeira relacionada às apostas esportivas, incluindo a proibição de firmar contratos de patrocínio e de publicidade pessoal com qualquer casa de apostas ou mesmo a suspensão de contratos dessa natureza caso vigentes; ficasse proibido de criar contas em plataformas de quaisquer das casas autorizadas a funcionar no Brasil; e de efetivar apostas, ainda que por interpostas pessoas, em qualquer evento esportivo.
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O magistrado chamou as medidas de genéricas e fez uma ressalva. “Recordo que o denunciado Bruno Henrique é atleta da equipe de futebol profissional do Flamengo que, por sua vez, possui contrato de patrocínio com plataforma de aposta on-line que estampa publicidade no uniforme do clube. Ao se deferir a medida requerida, estar-se-ia, indiretamente, inviabilizando sua atividade profissional no clube”.
Entenda acusação
- A Justiça do DF tornou réu o atacante Bruno Henrique por manipulação de resultado, após ele ter recebido um cartão amarelo para favorecer apostadores, em uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
- De acordo com promotores do MPDFT, Bruno Henrique foi incentivado pelo irmão, Wander Pinto, a forçar o cartão amarelo na partida entre Flamengo e Santos.
- O juiz entendeu que, no dia da referida partida, foi possível notar uma “indicam anormal confiança dos apostadores na ocorrência do evento em questão [cartão de Bruno Henrique]”.
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Bruno Henrique
Rebeca Schumacker/Sports Press Photo/Getty Images
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Bruno Henrique, do Flamengo.
Gilvan de Souza/CRF
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Jogador Bruno Henrique durante jogo
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Bruno Henrique comemora com colegas
Igo Estrela/Metrópoles
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Bruno Henrique joga no Flamengo desde 2019
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Atacante do Flamengo Bruno Henrique
Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela
Réu
A 7ª Vara Criminal de Brasília aceitou a denúncia do MPDFT e tornou réu o atacante Bruno Henrique por manipulação de resultado, após ele ter recebido um cartão amarelo para favorecer apostadores, em uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
Com isso, o atleta e o irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, passam a responder criminalmente pelos crimes de manipulação de resultado esportivo. A pena varia entre dois e seis anos de prisão, além de multa.
A Justiça acolheu a denúncia apenas contra Bruno Henrique e seu irmão, rejeitando a denúncia contra os demais investigados.
“Presentes os requisitos legais, recebo a denúncia em relação a Bruno Henrique Pinto e Wander Nunes Pinto Junior para serem processados pelo crime previsto no art. 200 da Lei nº 14.597/2023 – Lei Geral do Esporte”, escreveu o juiz Fernando Brandini Barbagalo.
De acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Bruno Henrique foi incentivado pelo irmão, Wander Pinto, a forçar o cartão amarelo na partida entre Flamengo e Santos.
Os promotores salientam que o atacante agiu com consciência e foi instigado pelo próprio irmão a cometer uma falta e receber um cartão amarelo no confronto.