O bajubá como linguagem de proteção e resistência

No ano de 2025, tivemos as palavras como catalisadoras das crises do nosso tempo. Discursos usados como arma de guerra e opressão, termos em disputa e a luta pelas narrativas. A linguagem desenhando o mundo, o tempo e os corpos que os habitam. E neste episódio que encerra a quinta temporada do Pauta Pública, falamos sobre a linguagem como ato político, social e também como código de pertencimento e resistência. No caso, o pajubá ou bajubá.

Uma mistura de palavras das línguas africanas com um português “devorado”, a linguagem começou a ser praticada entre as travestis, principalmente durante a ditadura, para se protegerem nas ações policiais e de pessoas hostis. Desde então, a linguagem tem se espalhado pela cultura popular através das trocas cotidianas entre a comunidade LGBTQAIP+, e aparecido em músicas, filmes e na literatura.

A convidada para refletir sobre o tema é Amara Moira, autora de “Neca: romance em pajubá”. A escritora, professora e ativista brasileira, traz nesta obra histórias sobre o trabalho sexual, o amor, o sonho e a palavra, de uma forma sofisticada, sem filtro, às vezes escatológica e sempre bem humorada. Um dos nomes mais promissores da literatura contemporânea brasileira, Amara também fala de como essa linguagem já faz parte da história do país e destaca a importância da iniciativa da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transsexuais), junto com o mandato da Erika Hilton, para o reconhecimento do Bajubá como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

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