O primeiro feminicídio registrado no Distrito Federal em 2025 aconteceu neste domingo (5/1), no bairro Santa Luzia, na Cidade Estrutural. Ana Moura Virtuoso foi brutalmente morta a facadas pelo marido, Jadison Soares da Silva, de 41 anos, que está foragido e sendo procurado pela Polícia Civil do DF (PCDF).
Ana, vítima de violência doméstica, enfrentava agressões frequentes durante os cinco anos de relacionamento. Nesse período, ela registrou pelo menos quatro boletins de ocorrência contra Jadison por lesão corporal, ameaça e injúria. Em abril de 2023, após ser ferida com um canivete, ela solicitou uma medida protetiva, mas, dois meses depois, pediu sua revogação, enquanto o agressor recebia liberdade provisória.
O crime ocorreu na casa do casal. Ferida, Ana foi levada por um vizinho até a 8ª Delegacia de Polícia, mas não resistiu. O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) tentou reanimá-la por 40 minutos, sem sucesso.
A história de violência não era inédita. Em 2018, Jadison agrediu a sogra de uma ex-companheira e foi acusado de comportamentos violentos em outros relacionamentos. Conhecido por fazer uso de álcool e drogas, ele era descrito como cada vez mais agressivo.
O feminicídio de Ana Moura expõe as fragilidades do sistema de proteção às mulheres. Mesmo após denunciar as agressões e buscar ajuda, ela não conseguiu escapar do ciclo de violência que terminou de forma trágica. Ana estava desempregada e vivia sob constante ameaça, conforme seus próprios relatos.
A Polícia Civil segue em busca de Jadison Soares da Silva, que permanece foragido. O caso reacende o debate sobre a eficácia das políticas públicas de combate à violência contra a mulher, reforçando a necessidade de medidas mais eficazes e vigilância contínua para prevenir tragédias como essa.
Como denunciar casos de violência doméstica
Se você ou alguém que conhece está em situação de violência, denuncie pelo número 180. O serviço funciona 24 horas e oferece orientações às vítimas, garantindo anonimato e segurança.