SLU atrasa o pagamento de catadores às vésperas do Natal

Às vésperas do Natal, cooperativas de catadores de recicláveis do Distrito Federal que têm contrato com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) reclamam de atraso no pagamento referente ao mês de novembro deste ano que já deveria ter sido feito no começo deste mês de dezembro.

O Metrópoles teve acesso a um print do grupo que tem presença dos presidentes das cooperativas e lideranças do SLU, onde os representantes questionam e pressionam pelo pagamento dos débitos.

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“Os catadores estão cobrando os presidentes das cooperativas porque quinta-feira já é Natal e eles não têm nada pra fazer a ceia deles”, disse a presidente de uma cooperativa que preferiu não se identificar.

O repasse do mês de outubro que teria que ser feito em novembro foi pago somente no último dia 13 de dezembro, chegando a um mês de atraso. “Eles estão demorando demais pra pagar e esperam virar o mês pra pagar”, disse a líder de uma cooperativa.

Ela também informou que todo dia 1º de cada mês os representantes enviam as prestações de contas.

Segundo informações da Agência Brasília, apenas no primeiro trimestre de 2024, o Governo do Distrito Federal (GDF) repassou R$ 19,6 milhões em contratos de coleta seletiva, triagem e comercialização de materiais firmados com as cooperativas do DF por meio do SLU.

Em 2024, o GDF contava com 42 contratos com 31 organizações, sendo 22 de coleta seletiva e 20 de triagem, compostas por 1.004 catadores que saíram da informalidade e conquistaram melhores condições de trabalho, dignidade, acesso a direitos e benefícios sociais, redução dos riscos à saúde e ao meio ambiente e participação na gestão compartilhada dos processos de reciclagem.

Os valores aportados pelo GDF ao SLU são divididos entre os contratos da coleta seletiva, que envolvem o recolhimento porta a porta e o transporte dos resíduos; os contratos de triagem, com a separação e enfardamento dos materiais e, por fim, o arrecadado com a venda do lixo coletado.

O SLU ainda é responsável por fazer o pagamento da estrutura e dos equipamentos utilizados pelas cooperativas, como aluguel dos espaços, maquinário, contas de água e luz, e funcionários administrativos.

O outro lado

O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) alegou que os pagamentos às cooperativas estão sendo realizados normalmente, dentro dos prazos contratuais estabelecidos.

“É importante destacar que eventuais atrasos ocorrem exclusivamente devido à ausência de prestação de contas por parte da cooperativa, etapa fundamental para a liberação dos pagamentos. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e eficiência nesses processos”, disse em nota.

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